HISTÓRIA DE INHAPIM PARTE 1

( DA FUNDAÇÃO A EMANCIPAÇÃO)

Áurea Maria Chagas Portugal*

Manoel Caetano do Nascimento (filho do fundador de Caratinga João Caetano do Nascimento)

1811 – Inhapim estava no Caminho do Degredo de Cuieté (local para onde eram levados prisioneiros), seguindo uma estrada  aberta no meio da Mata Atlântica por ordem do império brasileiro. A região era habitada por índios Puris e Botocudos. Consta  que os Botocudos eram canibais. Além dos índios, esses bandeirantes enfrentaram a febre amarela , a malária e os animais ferozes. A região era muito procurada por causa do ouro abundante nas terras de Minas . O rio Cuité(hoje Caratinga) ajudou os corajosos bandeirantes na exploração e fundação de nossa cidade.

1847 – João Caetano do Nascimento, fundador de Caratinga, “ descendo o Rio Cuieté ( antigo nome do rio Caratinga) encontrou uma desembocadura de um córrego a que chamou de São Silvestre, por ser dia 31 de dezembro (dia de São Silvestre). João Caetano do Nascimento seguiu adiante e se estabeleceu na Serra do Jacutinga, em Caratinga e propagou a notícia das terras por onde passou. Seu filho Manoel Caetano do Nascimento morreu em Inhapim com 116 anos e era o pai da matriarca da família Chagas: Maria José do Nascimento Chagas (D.Zeca , esposa de Francisco das Chagas Lopes).

HISTÓRIA DE INHAPIM – PARTE 1

( DA FUNDAÇÃO A EMANCIPAÇÃO)

Joaquim Januário de Souza 

Co-fundador de Inhapim 

1865 –  Na época da Guerra do Paraguai, o Sr. Joaquim José Ribeiro , pai de muitos filhos , temendo que eles fossem convocados para a sangrenta Guerra da Tríplice Aliança: Brasil, Argentina , Uruguai contra o Paraguai,  resolveu seguir para Mata. Comprou de João Caetano do Nascimento (fundador de Caratinga) três Sesmarias. Partiu de Mar de Espanha da fazenda Vargem Grande  de  propriedade da família Senna e veio fixar residência juntamente com seu amigo José Ribeito Velos , familiares,  na Barra do Córrego que chamaram Santo Antônio, o qual deságua a cima da cidade de Inhapim. As terras se estendiam da divisa com Ubaporanga, Imbé, São Domingos das Dores e com o Bairro Santo Antônio. A família dos pioneiros  era constituída dos pais: Joaquim José Ribeiro e D. Maria Joana de Jesus; oito filhas, sete filhos, um genro, quatro noras e nove netos.

José Francisco Furtado Torres e sua esposa – Vieram com seus escravos

1880 –  O povoado já estava se formando com a chegada das famílias de migrantes , atraídas pela fama de suas terras férteis. Nessa época chegaram a Inhapim: José Joaquim da Silva Pereira ( Pereira Ilhéu)  José Francisco Furtado Torres( trouxe seus escravos) e Teobaldo José de Melo. Mais tarde vieram mais pessoas atraídas pelas terras férteis entre eles: Os Fernandes, Os Cel. Guillherme e sua família, Os Silva Araújo, Não se sabe o porquê da sede do município não continuar em Santo Antônio. O mais provável é que as pessoas foram atraídas pela abundância de água dos rios São Silvestre e Caratinga que se encontram no centro da cidade. As primeiras casas construídas em Inhapim foram de Antônio Ribeiro (primeiro morador), João Serafim, Coronel Pico, Chico Paiva , Carmo Viggiano entre outros.

1882 – Surgiu o povoado quando alguns moradores se reuniram e fundaram um caixa comum e arrecadaram duzentos e cinqüenta mil réis. Com o dinheiro compraram um pedaço de terra que foi acrescido de uma doação de mais dois alqueires feita por Francisco Silva e Teobaldo José de Mello( foram doados a São Sebastião). Constituiu-se, então, o PATRIMÔNIO DE SÃO SEBASTIÃO DE INHAPIM.

Pintura em aquarela de Oswaldo Silva Araújo

Major Aquiles

1885- O povoado nessa época contava com 14 casas, sendo 3 de comércio, 1 farmácia , 1 oficina de funileiro e uma capela no antigo cemitério, erguida no local mais alto. Edificou-se mais tarde uma capela maior no mesmo local da primeira.

1890- Inhapim foi elevado a Distrito de Paz e instalado o Cartório de Paz de Inhapim. Sendo o primeiro escrivão o Major Aquiles de Sá Quintela, que é nome de uma rua no centro de Inhapim.

1902 – Padre José Faustino veio morar em Inhapim , sendo ele, o primeiro vigário de Inhapim e como tal, trabalhou durante cinco anos.

PROCISSÃO DAS MISSÕES EM 1915

1915 – Procissão de encerramento das Santas Missões, em Inhapim, em setembrode 1915 . Era vigário de Inhapim o Pe. José Afonso Paínhas. A procissão saía da Igreja das Duas Torres, descia a rua da Igreja ( rua Pe, Vigilato)  e seguia para rua Direita ( Cel. Guilherme) e seguia de volta para a Matriz.

1926 – Inaugurada a Usina de Força e Luz de Inhapim , de propriedade do Cel. Guilherme Milward de Azevedo. Por longos anos a Cia de Força e Luz forneceu energia elétrica a cidade de Inhapim e cidades vizinhas.

Inauguração da Usina Hidrelétrica de Inhapim

1938 – Liderados pelo Cel. Alberto Azevedo (líder político) a Villa de Inhapim tornou-se emancipada em 17 de dezembro de 1937. Em grande festa.

FESTA DO DIA DA EMANCIPAÇÃO

1939 – Dr. Guilhermino de Oliveira – jovem médico – indicado pelas lideranças locais primeiro prefeito de Inhapim.

MISSA  CAMPAL DE AÇÃO DE GRAÇAS – POSSE DO PREFEITO GUILHERMINO DE OLIVEIRA

 POSSE DO PRIMEIRO PREFEITO DR. GUILHERMINO DE OLIVEIRA EM 1939

 *Professora e Pesquisadora

Fonte de Pesquisa

Acervo Fotográfico do Museu Casa do Bentoca

Revista Inhapim Ontem e Hoje

Jornal “O Iman” (1936) – Acervo do Museu Casa do Bentoca

Revista Imagens de Uma Cidade

Documento 1570 –  Álbum 20 : Acervo do Museu Casa do Bentoca – História da Família Ribeiro

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